Barcelona: a cidade arte de Gaudí

Barcelona
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Paella
Paella

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Barcelona
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A primeira coisa que eu falei quando decidimos prolongar nossa viagem em mais um mês foi: “vamos para Barcelona”! Levamos semanas para chegar a um acordo sobre as cidades que visitaríamos na Espanha e acabamos por ficar apenas em Barcelona e tirar “férias das férias” em uma praia ali pertinho, Platja D’aro.

Nossas expectativas com relação à cidade eram completamente diferentes e só fomos descobrir isso lá! Enquanto eu imaginava uma cidade jovem, colorida, com música espanhola tocando em todas as esquinas; o Paulinho imaginava uma cidade moderna, com prédios altos e espelhados. Mas a verdade é que ela não é uma coisa nem outra e acho que nunca será, porque Barcelona é tudo: modernidade e tradição, simpatia e impessoalidade, Espanha e Catalunha. É uma mistura de gente, de comida e de línguas. Espanhol e catalão saem com a mesma fluência da boca de qualquer cidadão barcelonês, muito embora o idioma “oficial” deles seja catalão. “Pamela, você quis dizer, castelhano?” Não, catalão mesmo.

A Espanha é um reino bem do complicado. É um reino com rei, mas que não governa, parecido com o Reino Unido. Mas o que os diferencia é que as 17 regiões na Espanha são chamadas de comunidades autônomas, cuja principal característica é ter mais autonomia legislativa (leis) e executiva (administrativa) em relação ao poder central (federal).

Catalunha é uma dessas regiões, e sua capital Barcelona é essa coisa de louco que vamos contar. Voltando ao assunto idiomas, é por isso que as pessoas falam espanhol e catalão em Barcelona. A população se auto-denomia mais catalã que espanhola e ela é muito orgulhosa de sua origem, de sua língua e da sua cultura. Por favor, não ouse chamar um catalão de espanhol, eles não se reconhecessem parte da Espanha (pelo menos até onde é conveniente para eles).

Espanha é a terra do Salvador Dalí, do Picasso e também do arquiteto Antonio Gaudí, a quem Barcelona deve muito do seu charme arquitetônico. O arquiteto, que no final do século XIX, desenvolveu um estilo bastante excêntrico, peculiar e transgressor. Reservamos um dia apenas para andar pela cidade em busca de suas obras. Algumas nós já sabíamos que era dele e outras nós passamos a desconfiar. Se eu fosse prefeita de Barcelona, colocaria uma plaquinha na frente de cada obra dele para ajudar na identificação (e também na divulgação). Acho que o pessoal adoraria perambular pelas ruas em busca dos tesouros de Gaudí. 🙂

A proposta dele era unir natureza e arquitetura e produzir formas únicas em seus projetos, formas que representassem a completa interação do objeto com o entorno. Uma das criações mais famosas é a Igreja da Sagrada Família. Segundo o Paulinho, a igreja não é uma obra de engenharia, é uma obra de arte em tamanho gigantesco. Ela está inacabada e com previsão de término para (a partir de) 2026; então, não se fruste com as gruas e com aquelas telas de proteção espalhadas ao redor dela. Elas até já fazem parte do cenário.

Sagrada Família
Sagrada Família

Sagrada Família
Sagrada Família

É impossível tentar ver todos os seus detalhes: eles beiram o infinito e a gente se perde rapidinho em tanta beleza. De repente, estávamos divagando sobre o que significavam as bolinhas coloridas nas pontas das torres ou porque aquela aparência de vela derretida. Chegamos a algumas hipóteses, mas loucas o suficientes para manter segredo, rsrs. Nós também gastamos um tempo admirando e tentando entender a simbologia das esculturas que representam a crucificação de Jesus e que ficam logo acima da porta principal da entrada.

Mesmo inacabada, é possível comprar um ticket, entrar na igreja e subir na torre. O preço é bem caro para um mochilão econômico como o nosso e deixamos passar, mas com certeza vamos entrar na próxima vez que visitarmos a cidade. Quem tiver orçamento mais folgado, vá, definitivamente! As fotos do interior são impressionantes. Custa 14,80 euros/pessoa.

Outra criação bem conhecida do Gaudí é o Parc Guell, um pouco mais afastado do centro da cidade. Durante a sua vida profissional, Gaudí teve o apoio criativo, financeiro e afetivo de Ernesto Guell, que se tornou um grande amigo do arquiteto. Foi através desta parceria que nasceu o Parc Guell, em princípio um condomínio para a gente rica de Barcelona.

Parc Guell
Parc Guell

Parc Guell
Parc Guell

Parc Guell
Parc Guell

Por dificuldades logísticas, o condomínio não chegou a ser terminado e após a morte de Guell, seus herdeiros ofereceram o espaço para o governo catalão, que comprou e o transformou, quatro anos mais tarde, em um parque público.

Pra chegar no parque, é necessário enfrentar uma subidinha bem da ordinária (mesmo os ônibus de turismo param longe). Mas é bem fácil saber que está indo no caminho certo… dada a quantidade de pessoas que fomos encontrando na ladeira.

O parque em si é gratuito. Dá pra andar por ele todo e subir no ponto mais alto para ver a cidade de cima e conhecer algumas das casas que já haviam sido construídas para os futuros moradores. Mas há uma área reservada com a maior parte das obras do Gaudí, que só pode ser acessada mediante a compra do ingresso. Custa 8 euros/pessoa e dessa vez nós pagamos. No entanto, ficamos relativamente frustados porque as únicas coisas que não dão pra ver de fora são o lagarto famoso e os bancos de descanso; o restante dá pra ver mesmo de longe. E a área em si também não é nada grande.

Parc Guell
Parc Guell

Parc Guell
Parc Guell

Parc Guell
Parc Guell

Parc Guell
Parc Guell

Continuando a rota “desvendando as obras de Gaudí”, uma ótima pedida é percorrer a avenida Passeo de Gracía a partir da estação de metro Diagonal, na praça onde está o monumento a Cristovão Colombo (Cólon). Entre as obras famosas, encontramos a Casa Milá, ou La Pedrera, e a Casa Batlló. Mas nós juramos que tem mais, até mesmo aqueles que ninguém diz que é mas tem cara de Gaudí.

Em nossas andanças pela cidade, também encontramos algumas outras obras que podem ser deles, mas não temos certeza, como esse poste, por exemplo. Parte de Barcelona é fruto de Gaudí e, propor-se fazer uma caça às suas obras é no mínimo divertido, pra não dizer espetacular.

Suposto poste de Gaudí, rs
Suposto poste de Gaudí, rs

Casa Batló
Casa Batló

La Pedrera
La Pedrera

Casa Batló
Casa Batló

Uma das fachadas que achamos que é do Gaudí
Uma das fachadas que achamos que é do Gaudí

Outra atração imperdível é conhecer o bairro gótico, o bairro mais antigo de quatro que formam o distrito da cidade velha. É gótico em referência ao estilo predominante de sua arquitetura. É um bairro formado por ruelinhas bem estreitas, prédios baixinhos e escurecidos pelos efeitos da maresia e varandas recheadas de roupas que secam ao sol. No gótico também é possível encontrar desenhos em grafites espalhados pelas fachadas e muitos velhinhos jogando bocha. Passamos três vezes por lá e, em uma delas, paramos na Calle Petrixtol para experimentar os famosos churros com molho de chocolate. Deliciosos!

Bairro Gótico
Bairro Gótico

Bairro Gótico
Bairro Gótico

Cidade Velha
Bairro Gótico

Bairro Gótico
Bairro Gótico

Bairro Gótico
Bairro Gótico

Calle Petrixtol
Calle Petrixtol

Churros
Churros

No limite do bairro gótico está a Avenida Rambla, uma das mais importantes dessa área. É um corredor de árvores que corta a cidade velha ao meio e sempre está super cheia de turistas e locais. Nos dois lados da avenida, muitas lojinhas de souvenir, restaurantes, barraquinhas de sorvete, de acessórios femininos, de perfume. À noite, pareceu mais movimentada que durante o dia. Vale um passeio bem tranquilo, despretensioso, ouvindo as muitas negociações entre locais e turistas e a música dos cantores de rua espalhados pela avenida.

La Rambla
La Rambla

La Rambla
La Rambla

É pertinho da La Rambla que está o mercado La Boqueria. É tipo um mercadão que vende de quase tudo. Os sucos naturais por 1 euro são super bons, e, para quem gosta de presunto parma, pode comer algumas fatias cortadas na hora. O mercado é bastante frequentado por moradores e entre outras coisas exóticas para vender, encontramos cérebros (me desculpem, não tirei fotos, foi mais forte do que eu). Doces, sorvetes, roupas, frutos do mar, flores, lembrancinhas, utilidades de cozinhas, vimos de quase um tudo lá. Só atenção à siesta, pois como muita coisa na Espanha, mais da metade do mercado fecha para repouso, bem no meio da hora do almoço. Vale passar por lá perto das 17h!

La Boqueria
La Boqueria

La Boqueria
La Boqueria

La Boqueria
La Boqueria

La Boqueria
La Boqueria

La Boqueria
La Boqueria

La Boqueria
La Boqueria

La Boqueria
La Boqueria

La Boqueria
La Boqueria

Depois de andar e andar sob a sombra das árvores da Rambla ou sob suas luzes acesas à noite, o final da avenida será a Praça Catalunha, a maior praça de Barcelona. No entorno, só lojas de peso, como Aplle, Hard Rock Cafe e El Corte Inglês. A praça é um ponto de encontro de grupos adolescentes, mais músicos e passagem de muito turista com sacolinhas nas mãos. Nela, termina (ou começa) a avenida Passeo de Gracía.

Praça Catalunha
Praça Catalunha

Parque da Cuitadella. Não seria uma viagem gostosa pra mim se nós não fôssemos visitar um parque. E escolhemos ele. Fica a leste da Cidade Velha, no finalzinho do bairro gótico. Delícia como qualquer parque bem cuidado, ainda mais com o dia ensolaradíssimo que deixou tudo mais bonito. Super bem arborizado, as flores já estavam murchinhas, mas a sua bela fonte estava em perfeito funcionamento, que foi desenhada com a ajuda de Gaudí quando ele ainda era estudante.

Ficamos um bom tempo no parque, sentamos na beira do rio, de frente para uma pequena ilhota, conversando e tomando sol. Depois de uma hora mais ou menos, saímos pelo lado norte e encontramos o Arco do Triunfo espanhol.

Parque da Ciutadella
Parque da Ciutadella

Parque da Ciutadella
Parque da Ciutadella

Assim como a Torre Eiffel e Atomium em Bruxelas, o Arco do Triunfo de Barcelona foi construído para recepcionar os visitantes da Exposição Universal de 1888. É… Essa exposição deixou mesmo muitas marcas nas cidades que a receberam, monumento lindos e que ninguém tem coragem de derrubar depois.

Arco do Triunfo
Arco do Triunfo

Ah… E Barcelona também tem praia! Barceloneta é o nome da mais agitada e conhecida. O dia, como sempre, estava radiante, irresistível. A praia em si é bem basiquinha: a “areia” é de pedrinhas, o mar tem um tom mais azul/cinzento e a água é bem gelada, além de ser aquele tipo de praia inclinada, daquelas que a gente vai escorregando enquanto tenta caminhar na areia.

Mas o clima é ótimo! É a praia mais popular da cidade e dá pra chegar facinho de metrô, parando na estação Barceloneta, ou embarcando no ônibus número 20 (se ele passar perto de onde você estiver). Para comer na praia, experimente a porção de nachos do restaurante Sal Café. De dar água na boca e lamber os beiços!!! O bairro de Barceloneta é uma gracinha também, não deixe de conhecer se for à praia! 🙂

Barceloneta
Barceloneta

Barceloneta
Barceloneta

Barceloneta
Barceloneta

Barceloneta
Barceloneta

Barceloneta
Barceloneta

Durante nossa passagem pela cidade, demos muita sorte porque estava acontecendo a Fiesta de La Mercê. É uma festa em homenagem ao verão e acontece todo ano quando a estação está terminando. Adeus verão, agora só no ano que vem… Adeus praia, topless, banhos de sol no parque… Bom, de qualquer forma, a festa é uma delícia. Tem uma programação super extensa em todos os principais pontos da cidade com atividades culturais e recreativas de montão: música, circo, dança, prática de esportes, dentre muitas outras.

Em um desses dias, fomos ao Castelo de Montjuic para tentar ver a cidade de cima e a programação de lá era voltada para crianças, com um show de circo muito bom e uma área cheia de brinquedos, piscina de pesca e tiro ao alvo.

Castelo Montjuic
Castelo Montjuic

Castelo Montjuic - La Mercê
Castelo Montjuic – La Mercê

Castelo Montjuic - La Mercê
Castelo Montjuic – La Mercê

Castelo Montjuic - La Mercê
Castelo Montjuic – La Mercê

Castelo Montjuic - La Mercê
Castelo Montjuic – La Mercê

Castelo de Montjuic
Castelo de Montjuic

Castelo de Montjuic
Castelo de Montjuic

Adoramos o evento, mas a vista do Castelo poderia ser melhor, se houvesse um mirante ou algo do tipo, o que não encontramos. Pena!!! O castelo fica bem no alto de uma colina e dá pra chegar a pé, através de um jardim super gostoso, ou de teleférico pagando 7 euros por trecho ou 10 euros ida e volta.

Teleférico para Montjuic
Teleférico para Montjuic

De Montjuic
De Montjuic

Ainda como parte da festa, assistimos uma parte de um show de música espanhola na praça da Catalunha e outro show na fonte mágica. Por falar na fonte mágica… É, sem dúvida nenhuma, a fonte de água mais bonita que já vimos. Cores lindas e formatos incríveis. Não preciso dizer que é bem concorrida para tirar fotos e tal. Mas é só você dar uma voltinha de 180º e vê-la pela parte de trás, assim terá a fonte basicamente só pra você.

Fonte Mágica
Fonte Mágica

Fonte Mágica
Fonte Mágica

Fonte Mágica
Fonte Mágica

Fonte Mágica
Fonte Mágica

Barcelona ainda tem milhões de opções de atrações sensacionais (que eu fiquei super chateada por não ter conseguido visitar), como o museu do Picasso e a fundação Joan Miró. O museu do Salvador Dalí não fica em Barcelona, infelizmente. Além de outros parques, igrejas, outros bairros como Born, o Montserrat… Ah! Tem também o estádio do Barcelona. Fomos até lá para o Paulinho visitar, mas o valor do ingresso é tão absurdamente caro que deixamos para a próxima: 23 euros/pessoa.

Camp Nou
Camp Nou

Loja do Camp Nou
Loja do Camp Nou

Camp nou
Camp nou

Para quem quer aproveitar a viagem e comprar roupas, sapatos e acessórios em geral, a cidade tem muitos shoppings, mas dizem que o L’illa Diagonal é o melhor. Dizem também que a Zara e a Mango são mais baratas na Espanha (por motivos óbvios, pois são espanholas), mas eu não achei assim tão mais barato… De qualquer forma, os valores são melhores que no Brasil.

Para chegarmos em Barcelona, usamos outra companhia baixo custo de ônibus. Foram 14 horas de Paris a Barcelona em uma viagem noturna. Muito tranquila e sem surpresas. A empresa se chama Megabus. Muitíssimo recomendada para quem quer (ou precisa) gastar pouco. O valor da passagem é um absurdo de barata e, embora os ônibus não sejam um primor de conforto (banco um pouquinho duro e sem lugar para encostar a cabeça, mas por 80 reais… Salvou o nosso orçamento do completo desastre.

Foram dias muito felizes e alegres em Barcelona. Aproveitamos para descansar (viagem também cansa, rs), fazer planos para nosso retorno ao Brasil e treinar o espanhol (embora, Barcelona não seja mesmo o melhor lugar para isso). Só estando lá mesmo para entender o que é esse sentimento separatista da região e como ele é muito forte. A Catalunha nunca foi feliz pertencendo a Espanha e eles nunca fizeram questão de negar isso (a história de conflitos entre a região e o governo é longa). Vimos o entusiasmo da população com a possibilidade do plebiscito, que aconteceria em breve, para decidir sobre a separação, e que a decepção deles quando o plebiscito foi cancelado pelo governo.

Bandeiras e Plebiscito
Bandeiras e Arte

Bandeira e Plebiscito
Bandeira e Plebiscito

Barcelona
Barcelona

Barcelona é show! População alegre, desencanada, descolada, comida ótima (a paella é muito boa mesmo), sol, história e muito espanhol delícia para meus ouvidos (embora muito catalão também). Foi uma passagem rápida pelo que a cidade e o país mereciam, ma serviu como aperitivo, daqueles que abrem o apetite de verdade! 😉

Barcelona
Barcelona

Barcelona
Barcelona

Barcelona
Barcelona

Como chegamos: ônibus de Paris

Quanto custou: 40 USD/pessoa
Quanto tempo levou: 14 horas
Gasto médio/dia: 70 USD/pessoa
Depois de Amsterdam: Porto

Onde nos hospedamos: Casa do Nuno e da Mary (via Airbnb)
Quanto custou: 60 USD/dia

Porto Olímpico
Porto Olímpico

Barcelona
Barcelona

Barcelona
Barcelona

Praça Espanha
Praça Espanha

Barcelona
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Barcelona
Barcelona

Barcelona
Barcelona

Toldos
Toldos

Barcelona
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