Antiga Leningrado e palco de muita história, São Petersburgo era um personagem antigo em nossos sonhos de viagem.
Durante o tempo em que estivemos na Rússia, todas as vezes que falávamos para algum russo sobre as cidades que visitaríamos, a resposta era sempre a mesma, carregada de entusiasmo: “São Petersburgo é linda. Vocês vão adorar! A cidade mais linda do mundo! Nosso orgulho!” Ainda sem saber se esse entusiasmo reflete o sentimento de todos os russos, concordamos que eles estão bem perto da verdade.
De tão linda e aconchegante, nenhuma cidade nos fez ter tanta raiva de chuva quanto São Petersburgo. De verdade! Choveu praticamente todos os dias.
Foi nela em que tivemos a primeira experiência de couchsurfing na viagem. Parênteses: couchsurfing, para quem não conhece, significa “surfando no sofá” em português. É uma prática de hospedagem, muito comum entre os mochileiros e amantes de viagens, em que as pessoas hospedam em suas casas viajantes estrangeiros, tudo de graça. A recompensa? Nossas amizades, troca cultural e muita diversão. Hoje em dia, existem alguns sites que fazem a ponte entre os viajantes e os anfitriões e eles facilitam muito a vida. O mais famoso e muito confiável é: www.couchsurfing.com. Recomendamos muito.
Tivemos a SORTE de conseguir nos hospedar na casa dos queridos Allexey, Tanya e Pirajok (o gato). Trocamos algumas mensagens por email e, no momento em que descemos do trem em São Peter (apelido carinhoso), lá estava o Allexey nos esperando para nos levar para o apartamento dele. A Tanya estava em casa terminando uma sopa de beterraba e salame e assando uma torta de maça com canela. Passamos um final de semana delicia com eles, conhecendo os principais pontos de São Petersburgo.
Com eles, aprendemos quem foi o imperador russo Pedro I e como ele idealizou São Petersburgo lá no século XVIII.
Pedro I comandou a Rússia do final do século XVII até 1725. Foi responsável pela modernização da agricultura e indústria do país, que eram muito atrasadas naquela época. Mas, seu maior legado, segundo os russos, foi a construção de São Petersburgo. Seu sonho era transferir a capital de Moscou para uma cidade nova, que fosse mais bela que Veneza. E escolheu seu local a dedo e de forma bastante estratégica: São Peter (para os íntimos) está às margens do Rio Neva, banhada pelo mar Báltico e na entrada do Golfo da Finlândia, o que a faz mais competitiva economicamente e mais, muito mais bela.
Prédios, catedrais, pontes, palácios… Tudo em São Peter explode em riqueza. Puro luxo. Brincávamos que não dava nem pra tirar foto de todos os prédios bonitos, porque precisaríamos fotografar todos os prédios da cidade.
De tudo o que vimos e fizemos, o que mais recomendamos…
Imperdíveis de São Petersburgo
Palácio Peterhof
O Palácio foi uma das obras-primas de Pedro I. Muito dinheiro foi empregado na sua construção, demostrando o quanto os imperadores e czares viviam na mais completa riqueza, enquanto os russos… bem, todos nós imaginamos. Bom, voltando a falar sobre o Palácio, muita gente o compara a Versalles na França, pela imponência do prédio principal e pela beleza do jardins. Realmente, não vou dizer se é mais ou menos bonito, porque na real, adorei os dois, mas como vale a pena perder um dia ali… Nós fomos de carro com o Allexey e com a Tanya, e, mais do que pegar uma carona com eles, aprendemos um “macete russo” para entrar pagando menos: pulando o muro do parque. Exatamente. É bem comum, os russos, entrarem pelo parque ao lado, cujo ticket é mais barato, e pularem o muro para entrar no Peterhof. Tem até uma maneirinha escoltada no muro para ajudar, rsrs.
Estava chovendo muito nesse dia, mas mesmo assim, conseguimos aproveitar o parque e registrar o que vimos de mais interessante.
Catedral Santo Isaac
Maior catedral ortodoxa de São Peter, levou 40 anos para ficar pronta. Muita gente trabalhou em sua construção, de 1818 a 1848, que foi dedicada a Pedro I. É uma das catedrais mais importantes da Rússia e super vale a visita. É um show! Além do mais, lá de cima, é possível ter uma visão panorâmica da cidade. Infelizmente, chegamos tarde e não conseguimos entrar, mas achamos que vale muito a pena.
Museu Hermitage
O Hermitage dispensa comentários. Sério!
Nós não somos das pessoas que mais entendem de arte, mas adoramos passear pelos salões do museu. O acervo é riquíssimo e o que mais nos impressionou foi o Relógio do Pavão, criado pelo inglês James Cox no século XVIII. Automatizado e em tamanho natural e, por incrível que pareça, está em pleno funcionamento. Impressionante! Todo feito em ouro, é a obra-de-arte mais fotografada do museu.
No mais, amei os tetos das salas. Um mais bonito do que o outro. Mesmo quem não costuma visitar museus de arte, ou não entende nada do assunto, deve visitar o Hermitage se for a São Peter. Vale, no mínimo, pelo palácio.
Fortaleza de São Paulo e São Pedro
Outro lugar obrigatório para quem visita São Peter. Dele, se tem uma visão deslumbrante sobre o outro lado da cidade, a beira-mar e seu conjunto de prédios maravilhosos. O dia em que a visitamos foi o dia que mais choveu na cidade, então, não conseguimos muitas fotos boas, mas, ainda assim, gostamos muito.
Catedral Nosso Senhor do Sangue Derramado
Visitamos essa catedral em um dia chuvoso e achamos o máximo. Mas, no dia seguinte quando o sol abriu, visitamos de novo e de novo durante a noite. Dá pra perder um tempo legal admirando cada partezinha dela, que é incrível. Embora não seja a principal atração catedral da cidade, é com certeza a mais visitada. Foi construída o final do século XIX no mesmo lugar onde o czar Alexandre II foi assassinado, por isso o nome. Colorida e com acabamento em ouro, fica à margem de um dos muitos canais da cidade e tem um charme muito particular. Visita obrigatória!
Passeio de barco pelos canais ou roteiro a pé
Nós optamos por fazer o roteiro a pé (adoramos andar e o passeio de barco é um pouquinho caro) e não nos arrependemos. A visão é praticamente a mesma do barco e dá pra para para fotografar à vontade e acabar encontrando outras coisas bacanas na rua. Os canais são super românticos e estilosos, assim como os prédios ao redor. Gostamos tanto, que andamos por dois dias.
São Peter também é muito famosa pelos seus cafés e restaurantes maravilhosos. Conhecemos o Senoval (Fonarhy, per. 1), um restaurante no subsolo que parece uma caverna e que é sempre cheio de gente. A comida é ótima e o preço super justo. Também recomendamos o Safran Gourmet Café, que embora um pouco mais carinho, tem uma bebida quente (parece um chá) de cramberry que é simplesmente deliciosa. Vale muito experimentar.
Já pra quem procura opções mais em conta, a cidade tem alguns fast foods e muitas lojinhas que vendem pedaços de pizza. Pelo que percebemos, os russos adoram pizza. Um pedaço custa em média 2 dólares. Para beber, a Kbac (pronuncia-se cavaz), tradicional beberia russa, é obrigatória. Levemente alcoólica, é permitida até para crianças. É possível encontrar em qualquer restaurante e também em supermercados, embora a marca mais encontrada, foto abaixo, não seja muito boa não. Prefira experimentar em algum restaurante.
Os russos dizem que São Peter é a capital cultural da Rússia. E é verdade. Tem museu de tudo… Até do chocolate. Para quem pretende visitar muitos museus é interessante comprar o City Pass (chama San Petersburg Card), que é um passe que dá desconto em museus, lojas e alguns meios de transporte, como o ônibus para chegar no Palácio Peterhof. Custa 2000 rublos para dois dias. Vale fazer as contas e ver se compensa.
Dá pra perder fácil ma semana na cidade, mas pra quem tem pouco tempo, com muita correria, dá pra conhecer a mais parte das atrações em três dias. Apenas não se irrite se chover (e muito comum) e não se surpreenda se gastar mais do que planejou (não é das cidades mais baratas). Mas nada disso diminui a importância de São Petersburgo em qualquer roteiro de viagem, a cidade merece todos os elogios do mundo. É culta, envolvente, charmosa, de muita personalidade e muito bela. Saímos de lá e já planejamos uma volta!
Dicas gerais
Procure se hospedar perto da Catedral de Santo Isaac. É mais caro, mas vale a pena. A cidade é grande e o metro pára de funcionar pouco depois das meia noite, o que pode comprometer os passeios noturnos que são o máximo!
No verão, quase não escurece. O céu fica cor azul marinho entre 1h e 4h. A partir das 4h, o sol começa a aparecer. Assim, as noites são curtas. Planeje-se bem para não ficar cansado demais.
A Catedral de Santo Isaac fecha às 22h30. Se quiser ver o final da tarde, programe-se também.
O Hermitage é gratuito para estudantes com carteirinha internacional. São necessárias pelo menos 3 horas para visitar o Hermitage e mais 1 hora e meia para entrar.
Experimente a sopa de beterraba e salami. É uma delícia.
Vale também alugar uma bicicleta. A cidade é bem plana e tem um clima super agradável (quando não está chovendo).
Como chegamos: trem de Moscou
Quanto custou: 50 USD/cada
Quanto tempo levou: 8 horas
Gasto médio/dia: 50 USD/pessoa
Depois de São Petersburgo: Moscou
Onde nos hospedamos: Lucky Place Hostel
Quanto custou: 45 USD/dia
[…] a Fortaleza de São Paulo e São Pedro e o Palácio Peterjoh, que fica mais afastado. Escrevi um post inteiro sobre São […]
[…] a Fortaleza de São Paulo e São Pedro e o Palácio Peterjoh, que fica mais afastado. Escrevi um post inteiro sobre São […]
Prezados,
Gostei muito do post de vocês, inclusive seriviu de referência para mim já que estou aqui em St Peter nesta semana!!! Somente fica uma dica para que atualizem as fotos das catedral de Santo Isaac com a Catedral do Sangue Derramado pois elas estão trocadas entre si… Obrigado!!!!
João Guilherme,
Agradecemos demais sua visita e contribuição. Realmente, estava trocado. Correção feita!
Esperamos te-lo ajudado durante sua estadia em São Petersburgo.
Obrigada novamente!
ei meninos… estaremos indo para St. Petesburgo agora no final de setembro… alguma dica super hiper mega importante? Vcs tiveram mta dificuldade com a língua ou encontraram alguns que falassem inglês? Tem algum guiche de informações turísticas no aeroporto? Estamos meio preocupados com a idéia de não saber falar nada, de wifi não funcionar nas ruas, de ninguém falar inglês e de serem malandros …
Oi Lethicia! São Petersburgo é o máximo. Mas, você deve ter percebido pelo post que o tempo lá muda muito durante o dia. Praticamente as quatro estações. Esteja mais preparada mais enfrentar frio no final de setembro. Realmente, é muito difícil encontrar alguém que fale inglês. Em alguns restaurante, principalmente os mais caros, é mais fácil. Mas, no geral, quase ninguém fala inglês. Entretanto, isso não foi um problema e não deve ser motivo de preocupação. Não tivemos nenhum problema com a “malandragem”. Infelizmente, ela é muito comum no Brasil, mas não em outros países. Não utilizamos o aeroporto, pois, fizemos todo o trajeto via Transiberiana, mas acredito que tenha sim. Quase todo aeroporto que visitamos tinha. Sobre wifi, sempre que tem aviso, ele funciona. Às vezes, eles pedem um celular russo para cadastro, mas na maior parte das vezes, dá pra conectar sem problemas. No geral, minha recomendação é: vão tranquilos, divirtam-se, aproveitem muito a cidade (que é encantadora), passeiem muito nos canais e nas margens dos rios e não percam a cidade à noite. É linda demais. 🙂
Que maravilha…eu que nunca nem pensei visitar a Russia fiquei com vontade 😛
Bjs
Rody, que bom que despertamos esse interesse em você. São Petersburgo, em especial, é o máximo!