Chegamos na Tailândia 19 horas depois do nosso último banho, ainda na casa da Amechi, nossa anfitriã na África do Sul. Foi um voo longo, mas muito tranquilo e que nos fez descobrir o lindíssimo aeroporto de Mumbai, na Índia. Sem dúvida, o aeroporto mais bonito que já vimos: arquitetura super moderna e muita arte por todas as paredes.
Uma mistura de euforia e cansaço tomou conta da gente logo que desembarcamos, mas fomos totalmente surpreendidos pela simpatia das pessoas. Pausa para uma pequena história que fala por todas as outras. Na Tailândia, brasileiros não precisam de visto, ou seja, para nós entrarmos no país basta um passaporte válido, o certificado de vacina contra febre amarela, um ok do pessoal de controle sanitário, um formulário preenchido e paciência para enfrentar uma fila quilométrica (quase literalmente falando). Até aí, tudo certo. O problema é quando o oficial que te entrega o formulário não te avisa que você tem que escrever os seus dados no formulário de chegada e no formulário de saída do país. Então, você une o cansaço do voo e a vontade louca de colocar os pés na rua e simplesmente joga fora o formulário de saída e preenche somente o de entrada. E sugere para seu marido fazer o mesmo. Muito tempo depois, você se vê cara-a-cara com o oficial da imigração (normalmente aquela pessoa chata, que faz cara de mal e quase nem olha pra você) e fica super feliz porque vai ganhar um novo carimbo no passaporte, quando ele pergunta com um inglês sofrido: “cadê o formulário de saída?” Pronto. Tudo foi para a espaço!!! Então, você diz que não tem, que só recebeu o de entrada, mas que pode voltar para o final da fila sem problemas. E aí é que a paixão explode. O oficial foi tão gentil que carimbou um formulário de saída EM BRANCO para que eu preenchesse depois. Pode isso, produção? E o melhor… Faz o mesmo com o seu marido que estava atrás de você! Sensacional! O povo tailandês nos ganhou ali! Com tanta simpatia, a pouca fluência do pessoal do aeroporto no inglês foi facilmente perdoada.
Desnecessário dizer o choque cultural quando demos de cara com esses banners…
Além da simpatia, as pessoas que encontramos em nossas primeiras horas foram muita solícitas. A dona de um mercadinho, que ficava na frente do ponto de ônibus onde estávamos meio perdidos, percebeu de dentro da loja nossa situação e saiu para nos perguntar que ônibus queríamos tomar e logo em seguida nos disse que aquela linha tinha mudado a rota e nos indicou o caminho certo. Ponto pra eles de novo. E a vendedora da loja da Apple que não falava inglês, mas ficou quase duas horas com a gente na loja tentando encontrar o “ç” e o “ º “ (símbolo do grau) no teclado internacional dos Macs. Uma fofa!
A malha férrea dentro e nos arredores de Bangkok também impressiona: pelo tamanho, pela quantidade e pelo preço. Pegamos um excelente trem, muito moderno, ainda no aeroporto com direção ao nosso hotel, no centro e pagamos inacreditáveis 1,5 USD cada um para uma viagem de 40 minutos.
Mas como é quente essa cidade!!! E úmida!!! Nas nossas primeiras horas em Bangkok, entrávamos a cada 30 minutos em uma loja qualquer só para sentir o geladinho do ar condicionado.
As placas com os nomes das ruas são escritas nos dois alfabetos: nosso e o deles. Mas, a impressão que tivemos foi de que as pessoas não conseguem ler os nomes das ruas no nosso alfabeto. Perguntamos pra muita na gente onde ficava a rua do nosso hotel e ninguém conseguiu reconhecer o nome da rua (isso porque estávamos a um quarteirão do lugar).
Poluição e muito trânsito também parecem fazer parte do cotidiano dos tailandeses. Além das tradicionais barraquinhas de ruas, que cobrem muitas e muitas centenas de metros no centro da cidade.
O busdimo se fez presente em quase tudo o que vimos. No agradecimento das pessoas (quando elas juntam as mãos perto do queixo, sorriem e abaixam ligeiramente a cabeça), nos pequeninos templos na entrada das casas e dos estabelecimentos comerciais e nos inúmeros templos espalhados pela cidade.
Nós já gostávamos da comida tailandesa mas, como toda culinária não-brasileira, ela foi adaptada ao nosso paladar, e por isso, estávamos preparados para que ela não fosse nada do que já experimentamos. E é um pouco diferente sim. Mas, parece ser muito boa também. Percebemos que eles comem muito arroz e noodles, além de legumes, frango e porco.
Moderna, tradicional, voraz, exuberante, amável… Será que a primeira impressão é a última que fica?