A Croácia é um daqueles países que ficaram por muito tempo escondidos e que de repente chegam e arrebatam com tudo. Foi parte da República da Ioguslávia e, por consequência, parte da União Soviética. Sofreu na Segunda Guerra Mundial, depois na Guerra Fria e, em 1889, quando o império soviético caiu se viu envolvida em outra guerra pela sua independência.
A Ioguslávia era um país muito fragmentado, formado por sete fronteiras, seis repúblicas, cinco nacionalidades, quatro idiomas, três religiões, dois alfabetos e um líder. UFA! Com tantas diferenças, era mesmo muito difícil conseguir manter toda essa gente unida numa mesma nação.
De 1991 a 1995, a Croácia viveu uma guerra civil mais forte que a Eslovênia, mas nem tão trágica quanto a Bósnia e conseguiu se libertar do “bloco Ioguslávo”. E, desde então, à nossa completa disposição, um país lindíssimo, super agradável, cheinho de sol e com belezas naturais inquestionáveis. É por isso que fez sucesso tão rápido. Pobre dos italianos que perderam o refúgio. Hoje o turismo representa quase 20% do PIB do país. Achamos impressionante para um lugar que está aberto ao mundo há menos de 10 anos!!!
Se está todo mundo indo pra lá e adorando, por que não iremos? Pensamos. E lá fomos nós: direto de Istambul para Zagreb, capital da Croácia, voando pela novamente ótima Turkish Airlines, com direito a comidinha delícia, lançamentos do cinema na TV, e voo muito tranquilo. Pouco antes da hora do almoço, entrávamos em nosso primeiro país 100% europeu (lembrando que Rússia e Turquia tem um pé e uma mão na Ásia).
Zagreb é uma capital sossegada e moderna. Pequena, dá pra fazer quase tudo a pé. É dividida em cidade alta e cidade baixa. A diferença entre as duas é que a alta fica em uma montanha e a baixo na planície e o que as separa é a linha do tram, na rua Jurisiceva.
Na parte alta, dá pra chegar de funicular ou a pé, subindo alguns degraus. Nada de mais! Essa é a parte mais original e bonita na minha opinião. Uma pena que tivemos tão pouco tempo para explorá-la. Logo na saída do funicular à esquerda tem um mercadinho super descolado que acho que vale a pena a visita. Na hora em que chegamos, estava tarde e ele já estava fechando, mas fica a dica.
A famosa igreja de São Marcos é aquela com o telhado colorido. Na verdade, são os brasões da Croácia e de Zagreb desenhados ali. Pequena e super charmosa, tem sempre um grupo de turistas perto. O melhor horário para visitar é no final da tarde, mais vazio e tranquilo.
Na parte alta fica também o ponto alto da cidade, o Museum of Broken Relationship (algo como “museu dos amores terminados”). Inusitado, o museu expõe recordações de pessoas que sofreram uma decepção amorosa. Todas as peças foram doadas pelos proprietários e contêm uma pequena explicação sobre sua existência e importância. São histórias de amor que não deram certo ou que foram terminadas abruptamente e que hoje consolam umas às outras num museu pequeno, calmo, introspectivo e feliz de um certo modo. A visita é obrigatória!
Museum of Broken Relationship
Onde fica: parte alta da cidade. Esquina da rua Cirilometodska com a Katarinin.
Como chegar: Funicular ou a pé
Quanto custa: USD/pessoa
Quanto tempo: 1 a 2 horas
Dolac Market é outro lugar bem turístico na parte alta da cidade. Nõ conseguimos visitar porque era final de semana e ele não funcionou no domingo. 🙁 Mas, ouvimos boas indicações.
Ainda na parte alta, a Cathedral of assumption of the Blessed Virgin Mary, mais conhecida como Catedral de Zagreb, é uma igreja bem bonita (como praticamente todas as que vimos até agora) e também o ponto mais alto da cidade. De cima da torre, dá pra ter uma visão privilegiada da cidade e dos telhadinhos vermelhos das casas.
No mais, andar pela parte alta é uma delícia. Descobrir ruas perdidas, esquinas floridas e um calçadão ótimo para comer: Skalinska. Comida boa e preço justo. Recomendadíssimo! Falando em comida, a Croácia foi muito influenciada pelos italianos. Então, é bem fácil se sentir na Itália com todos aqueles restaurantes cheios de pizza, massas, saladas e risotos. Prato cheio (literalmente) pra quem não resisti a uma boa macarronada!!!
Já na parte baixa da cidade: teatro, prefeitura, monumentos e um parque super agitado alegram qualquer dia chuvoso. Quando passamos pelo parque, estava rolando um encontro de dançarinos da terceira idade. Tinha banda e plateia. Chuchu demais!
Nos impressionamos com o prédio do teatro. Muito imponente e super bem conservado. Aliás, a cidade toda é muito conservada, muito limpa, organizada. Tem a quantidade de pessoas ideal para dias felizes de férias. Dá pra se observar à vontade as construções, tem banco à disposição no parque e dá pra perder muitos minutos tentando tirar a melhor foto de uma paisagem que gostamos muito.
Foi em Zagreb que assistimos a partida do Brasil contra o Chile. Havia poucos de nós, mas o suficiente pra fazer um barulho bem barulhento. Aqui vai uma diquinha nossa de etiqueta: respeitar a cultura e os costumes locais quando viajamos para outra país. Embora apaixonados por futebol, os croatas (como muitas outras nacionalidades) assistem a jogos de forma diferente da gente, vibram de outra forma. A bagunça foi tanta, que um brasileiro começou a encrencar com os seguranças, com as pessoas que estavam assistindo em volta, etc… E isso não foi legal. Até a nós, ele irritou!
Zagreb também tem outras atrações como os lagos artificiais e o Museu de Belas Artes, que dizem ser muito bacana. Dois dias corridos foram suficientes para conhecer o básico, mas três bem organizados dá pra conhecer tudo de perto e ter muitas boas surpresas. Vale muito a pena respirar o ar inovador e aconchegante de Zagreb.
Dicas:
Zagreb é uma cidade muito tranquila e nada violenta. Andar à noite é muito seguro. Por isso, aproveite e ande à noite pelo centro histórico, que é uma delícia.
Em Zagreb, é muito comum encontrar lanches na baguete nas muitas mil padarias da cidade. É bom e barato. O de presunto parma vale um almoço.
Os caixas ATM não cobram taxa para saque de dinheiro.
Em nosso último dia na Croácia, voltamos para Zagreb apenas para passar a noite e nos hospedamos no Chillout Hostel. Super central e ótimo custo-benefício.
A cidade é pequena. Não precisa de transporte para praticamente nada.
No aeroporto, tem um ônibus que leva os estrangeiros até a estação central de ônibus. De lá, saem os outros e também os trans. Para chegar até o centro, é só pegar o tram número 6.
Como chegamos: avião de Istambul
Quanto custou: 300 USD/pessoa
Quanto tempo levou: 3 horas
Gasto médio/dia: 50 USD/pessoa
Depois de Zagreb: Havar e Dubrovnik
Onde nos hospedamos: Old Lab Hostel (recomendamos)
Quanto custou: 55 USD/dia
[…] Parque fica a 150 quilômetros, sentido sudoeste, da capital Zagreb. Pra chegar é muito fácil e dá pra fazer isso de várias […]