Ahhhhh, se eu soubesse como é você maravilhosa já teria te visitado há alguns anos atrás quando tive a chance… Já teria tirado há muito tempo minha viagem a Budapeste do papel! <3
Se você está pesquisando um lugar para se apaixonar perdidamente, então, bem-vindo a Budapeste e bem-vindo a esse post. Vou contar pra você como meus dias foram cheios de lindeza húngara – como o luxuoso prédio do Parlamento, e como o doce mais delícia do leste europeu – e vou também te dar dicas que eu gostaria de ter recebido.
Bora pra uma viagem a Budapeste?
A Hungria foi o destino número 10 da nossa volta ao mundo e eu já esperava ansiosa para conhecê-la. No entanto, havia uma questão: antes de chegar na Hungria, Paulinho e eu passamos 10 dias na Croácia… E não foi fácil deixar a Croácia, praticamente um brigadeiro em forma de país. Budapeste tinha um desafio. E…
Ela conseguiu!!! \o/
E foi linda. Grandiosa. Sim, Budapeste entrou no jogo para ganhar e fiquei sem opção, senão amá-la!
Locomoção – de Zagreb a Budapeste
O que era para durar 6 horas, levou 9! Com o orçamento um pouco apertado, nossa alternativa mais aceitável era fazer o trajeto de ônibus mesmo. E seis horas nem é tanto tempo assim, principalmente pra maluca aqui que já fez uma viagem de ônibus de 22 horas entre o Vietnã e o Camboja.
Pesquisei bastante e o melhor custo-benefício pareceu ser a Orange Way. Porém, a saída de Zagreb atrasou mais de uma hora e depois fomos surpreendidos por outros imprevistos no caminho. E o que isso nos causou?
Atraso de mais de três horas e estação de metrô fechada em Budapeste Nossa sorte foi ter conhecido o Gustavo (e seu amigo português que eu esqueci o nome – ai que feio) que moravam na cidade e nos ajudaram com o deslocamento até a próxima estação, que ainda estava aberta.
Nada que não fosse possível administrar, mas fica a dica sobre essa empresa de ônibus europeia.
Para chegar de avião, não há voos direto do Brasil, mas há voos com apenas uma conexão para a maioria das capitais da Europa. Se você já estiver na Europa, existem muitos voos regulares e diretos de cidades como Berlim, Praga, Paris e Londres.
Em Budapeste, vamos aprender mais sobre a história da cidade
Em 1873, a tradicional e charmosa Buda se uniu à moderna e fervescente Peste e o resultado foi essa formosura que chamamos Budapeste. Tão linda e tão sofrida…
Sim, Budapeste já sofreu muito! Na Primeira (era a capital do império Austro-Húngaro) e na Segunda Guerras (foi fortemente ocupada pelos nazistas) e logo em seguida com a ocupação soviética. E a cicatriz permanece, ainda bastante latente e dolorida. Mas a sua gente segue esperançosa, animada, simpática e gentil. <3
E pra animar ainda mais, hoje é considerada a melhor área urbana em qualidade de vida de toda a Europa Central e Leste Europeu.
Budapeste: Buda – Danúbio – Peste
À leste do rio Danúbio, fica a super charmosa Buda.
Buda é a parte mais cara da cidade para se hospedar. É cool, é chique. A arquitetura preservada e as ruas estreitas dão a impressão de ainda estarmos no século XIX.
Em Buda, ficam o castelo e o palácio de Budapeste, construções suntuosas que são parada obrigatória de qualquer viajante.
O Danúbio é um dos rios mais importantes da Europa. Ele começa, na verdade, na Alemanha e termina na Romênia. Em Budapeste, sua passagem é triunfal: cercado pelo Parlamento Húngaro, pelo Castelo de Buda, pelo Palácio e pelas imponentes e famosas pontes, como a Ponte das Correntes.
À oeste do rio, a agitada e jovem Peste.
É nessa parte da cidade que a maioria das pessoas se hospeda. São muitas opções de hotel, perto de casas noturnas, barzinhos com música ao vivo, parques e um montão de atração turística.
É no lado Peste do rio que fica o prédio do Parlamento <3.
Nossos dias em Budapeste
Toda viagem começa com o primeiro dia, certo? Em uma viagem longa, o primeiro dia em uma cidade nova é sempre cheio de descobertas, mas também, e principalmente, de resolver algumas questões mais práticas.
Troca de dinheiro, compras no supermercado, lavagem de roupa e planejamento dos próximos dias. Dica, dica: para uma viagem de longa duração, é muito importante que o primeiro dia esteja livre de compromissos para você poder colocar sua vida em ordem.
Conhecer Budapeste é como comer pipoca ou bis: você nunca vai enjoar e sempre vai querer mais.
O centro histórico e todos os seus prédios lindíssimos e preservados, os mais-do-que-charmosos cafés e restaurantes, o super delicioso kürtskalács (uma espécie de pão doce enrolado e assado e depois coberto com canela ou coco ou amendoim), os parques muito bem-cuidados e a margem do Danúbio, coisa mais linda da vida.
Cada dia que ficamos em Budapeste nos fazia querer ficar outros dois. E agora, cada linha que escrevo faz aumentar minha saudade por esse lugar.
Transporte em Budapeste
Como a maioria das capitais europeias, boa parte de Budapeste é plana. E considere “boa parte” o lado Peste da cidade, porque a parte Buda é um total contraste com suas ladeiras bem caprichadas. Mas, como é do lado Peste que passamos a maior parte do tempo, acabamos andamos bastante. Tá, que novidade… rs
Parando pra pensar, Budapeste é uma cidade que merece ser conhecida a pé. Cada esquina uma paixão, cada construção um colírio. Mas, o sistema de metrô é eficiente e funciona super bem, ou seja, dá pra conhecer voando por debaixo da terra também.
Para saber mais sobre o transporte público em Budapeste, como preços, passes e estações, clique aqui.
Normalmente, Paulinho e eu não compramos passes de ônibus de turismo para andar na cidade, mas no caso de Budapeste, não resistimos à tentação da promoção e compramos um “pacote” de 48 horas.
Pagamos 25 euros por 48 horas de transporte ilimitado, um passeio de ônibus noturno, dois passeios de barco (um à noite e outro de manhã), uma hora de bike em Margaret Island e muitos descontos em restaurantes além de desconto em várias atrações. Achamos que valeria a pena! E valeu!
Os passeios de barcos foram uma delícia, o tour noturno pela cidade foi lindo e rendeu fotos lindas também. Os descontos nos restaurantes ajudaram além do orçamento, a auto-estima do nosso corpinho, que já não aguentava mais tanta comida barata, rs.
Há pelo menos umas três empresas que trabalham com esses tours. E você vai encontra-las facilmente nas principais atrações da cidade.
Pra comprar separado, eu pesquisei alguns valores:
- Passeio de barco: 5 euros
- Ticket ônibus: 1 euro
- Aluguel da bike na Margaret Island: 2 euros
O que ver e conhecer em Budapeste – os imperdíveis
Castelo de Buda
No alto da montanha e às margens do Danúbio, fica o Castelo de Budapeste, Patrimônio Histórico da Humanidade.
O registro da primeira residência no castelo é de 1247, logo após a invasão dos mongóis. No entanto, não há nenhum registro arqueológico dessa época. Do início do século XIII até aproximadamente 1912, o castelo sofreu muitas modificações, fruto de destruição e abandono. Em 1912, foi inaugurado o Palácio Real e em 1918 ele se tornou sede do novo regente do Reino da Hungria.
Durante a Segunda Guerra, o Castelo sofreu novos atentado e foi quase completamente destruído. Imaginem o estrago… Esse acontecimento é considerado uma das maiores catástrofes da história da Hungria. Assim que a guerra terminou, o Castelo começou a ser reconstruído em em 1987 entrou para a lista do Patrimônios da UNESCO.
Dentro do castelo, além do prédio principal, há também a Igreja de São Matheus e a praça Adam Clark. Um dia ali é pouco. Dá pra se perder nas curvas do castelo, na contemplação dos monumentos, nas andanças pelas ruas históricas.
A igreja, de tão bonita, parece de filme. Com suas telhas coloridas, imprimem um ar todo romântico e leve e, de longe, é a coisa mais gostosa de se apreciar e ver. O museu que conta a história de Budapeste fica dentro do castelo.
- Onde fica: lado Buda da cidade, na margem do Danúbio.
- Como chegar: ônibus, tram ou o funicular que sai da Praça Adam Clark, na beira da ponte Széchenyi Chain.
- Quanto custa: a entrada no Castelo é gratuita. Já as entradas da igreja e do museu são pagas à parte.
- Quanto tempo: de 2 horas (só pra dar uma olhadinha) a 8 horas (ver tudo com calma)
Parlamento Húngaro
Assim que você vir o Parlamento Húngaro garanto que vai se emocionar. Não tem outra alternativa! Ele é lindo de morrer!
Para construir o Parlamento, a Assembleia húngara lançou uma competição em 1884. Foram apresentados três projetos e o vencedor começou a tomar forma já no ano seguinte, porém a construção terminou somente 20 anos depois.
Os dois outros projetos também eram tão bons que se tornaram reais e ficam na mesma praça que o Parlamento: um deles deu forma ao Ministério da Agricultura e outro, ao Museu Etnográfico.
Conhecer o Parlamento pode dentro é embrenhar-se em muita riqueza, arte e luxo e a visita super vale a pena, embora ela seja muita curta. No entanto, pra quem já visitou outros parlamentos ou casas reais e tem um orçamento mais apertado, pode não ser um bom investimento.
A meu ver, o melhor do Parlamento é admirá-lo por fora, de dia e à noite. Ah! Mas minha dica de ouro é observá-lo durante o pôr do sol, pois enquanto o céu vai se tornando mais escuro, as luzes do prédio começam a se acender e o show é imperdível.
- Onde fica: lado Peste da cidade, na margem do Danúbio.
- Como chegar: a pé ou com o tram n.2
- Quanto custa: 18 USD/pessoa
- Quanto tempo: 45 min para visitar interna. Quanto tempo você quiser para admirá-lo externamente.
Margaret Island
Essa pequena ilha nos encantou desde o momento que pisamos nela.
Como escurece bem tarde durante o verão (perto das 22h), nossa ideia era chegar lá perto das 18h, dar uma volta de bicicleta – que já estava incluída em nosso pacote do ônibus turístico, lembra? -, curtir o pôr do sol e ver o show de luzes da fonte principal.
Descobrimos lá que o passeio de bike terminava às 17h, snif! Mesmo assim, andamos pela ilha a pé, apreciamos os jardins e eu até comi algodão doce. O show de luzes começou às 20h e sentamos na grama para acompanhar de perto. Muita gente faz o mesmo. O show é bacaninha sim, mas nada extraordinário.
A ilha é como um grande parque que dá pra passar horas curtindo o sol deitado na grana, lendo, fazendo pic nic, andar de bicicleta, comer coisinhas gostosas. O ambiente é bem gostoso, bem família, divertido, mas tranquilo.
Como uma ilha, é cercada pelas águas do Danúbio de todos os lados e adoramos caminhar pelas margens do rio. No fim, depois do show de luzes, voltar para a parte Peste da cidade, caminhando por cima da ponte Margaret. <3
- Onde fica: ilha no meio do Danúbio.
- Como chegar: a pé pela Margaret Bridge ou de barco
- Quanto custa: gratuito
- Quanto tempo: depende do quanto você gostar de parque. Dá pra ficar de 3 horas a 1 dia inteiro.
House of Terror
O “Museu do Terror” é um dos meus museus preferidos sobre segunda guerra e era soviética. Ele é dedicado às vítimas do que eles chamam das duas “eras do terror”.
O prédio onde fica o museu era o antigo abrigo secreto dos espiões russos durante os primeiros anos da ocupação. Depois de fim da Guerra Fria e da União Soviética, o prédio foi reformado e deu origem a esse museu interativo, inteligente e muito sensível.
São áudios, vestimentas, fotos, vídeos e ferramentas de torturas espalhados por três andares sutilmente decorados de acordo com o objetivo de cada sala de exposição.
Foi impressionante, mas parece que consegui sentir um pouco da sensação inimaginável que os húngaros, e tantas outras vítimas, sentiram durante o período que foram dominadas e que tiveram suas vidas e/ou liberdades tiradas abruptamente.
Além do forte impacto emocional, o museu cumpre muito bem seu papel de museu: informa, mostra evidências e provoca reflexões importantes nos visitantes. Definitivamente, parada obrigatória par quem quer entender a história recente da Hungria e dos países do leste europeu.
Dentro do museu, não é permitido tirar fotos. Só visitando pra conferir mesmo. 😉
- Onde fica: Avenida Andrassy, 60
- Como chegar: metrô estação Oktogon
- Quanto custa: 7 euros
- Quanto tempo: 2 a 4 horas
Memento Park
O Memento Park figura como TOP CHOICE no guia Lonely Planet. É claro que não podíamos perder, cerro? Então… Pra mim, TOP CHOICE mesmo é o Museu do Terror. Mas se você gostar de estátuas e tiver tempo sobrando vale a pena.
Com o fim do revolução soviética, os húngaros de posse da sua liberdade começaram uma verdadeira caça aos monumentos comunistas que haviam sido erguidos na cidade. A grande maioria deles foi destruída, mas restaram alguns.
E foi aí que um geniozinho teve a brilhante ideia: montar um parque no qual a atração principal seriam as estátuas que sobreviveram à “chacina”. E cobrar para as pessoas visitarem.
Assim, por um valor não muito atrativo perto de outras atrações da cidade, todo mundo pode conferir esses monumentos, embora não se tenha nenhuma explicação sobre de onde eles vieram ou o que eles significaram na época.
E só. Não há nada mais do que isso. Uma pena, pois uma super chance foi perdida de contar mais sobre a história e sensibilizar ainda mais os visitantes.
Só pra ser justa, devo dizer que eles têm alguns tours guiados em inglês, mas só é possível conferir o horário lá no local (ou seja, planejamento pra que?). Além disso, é preciso pagar uma taca extra.
- Onde fica: 22º distrito da cidade. Esquina rua Balatoni e Szabadkai.
- Como chegar: Ônibus 101 ou 150
- Quanto custa: 7 USD
- Quanto tempo: 30 min a 1 hora
A cidade ainda tem muitos outros mil atrativos. Museus de arte, igrejas (a Basílica de São Estevão é bem bonita), a chiquérrima Avenida Andrassy, a grandiosa Ponte das Correntes, a Praça dos Heróis (no final da Andrassy), a Sinagoga (maior sinagoga na Europa), lojinhas na Váci Utca.
Uma alternativa muito legal para conhecer o principal do centro histórico e da história de Budapeste é o Free Walking Tour. É só perguntar para o(a) recepcionista do hotel/hostel. Eles sempre sabem.
Existem muitas empresas que oferecem o serviço. São guias especializados, mas freelancers, que caminham pelas principais atrações da cidade com um grupo de mais ou menos 20 pessoas. No final do tour, cada participante contribui com o valor que achar justo. Portanto, não é exatamente um passeio grátis, mas um passeio em que cada um é livre para pagar quanto quiser.
Olha, preciso ser sincera. Eu quase chorei no meu última dia lá. Amei demais cada dia que passei na cidade: seu ar fresco, sua comida bem temperada, suas ruas lindas, sua história emocionante e sua mistura de gente. Budapeste é só amor! <3 <3
Mais dicas
- O clima na cidade é muito dinâmico. Sol, chuva, vento, tudo ao mesmo tempo e agora. É bom sair preparado com guarda-chuva e jaqueta mesmo que o sol esteja raiando lá fora.
Chuvinha repentina – faz parte.
- O melhor kürtskalács fica em um quiosque de esquina, logo no início da Andrassy.
- Se você gosta de atividades ao ar livre, prepare-se para ficar pelo menos umas 5 horas na Margaret Island e aproveite tudo o que tiver por lá.
- Compra de roupas básicas no Shopping West End. Compras mais sofisticadas na Avenida Andrassy.
- Dá pra chegar e sair do país de ônibus. As principais empresas são Eurolines e Orange Ways. São baratas, mas a qualidade dos ônibus não é muito boa, assim como a pontualidade.
- Ande muito, muitoooooo. Seus olhos agradecerão.
- Atravesse a Ponte das Correntes a pé. Tanta ela, quanto o rio são incríveis.
- Faça o tour de ônibus à noite e aproveite para tirar muitas fotos da cidade lá de cima do Castelo.
Algumas informações logísticas
- Como chegamos: ônibus de Zagreb
- Quanto custou: 24 USD/pessoa
- Quanto tempo levou: 9 horas
- Gasto médio/dia: 40 USD/pessoa
- Depois de Budapeste: Cracóvia
- Onde nos hospedamos: Ciao Budapest Hostel (não recomendo)
Eu amo essa cidade… 🙂
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