Bagan é sem dúvida a cidade mais turística de Mianmar! Foi onde nos deparamos com mais gringos e infraestrutura dedicada. Por outro lado, não encontramos muitos locais por lá, exceto aqueles envolvidos com o turismo. Arriscaríamos dizer que o turismo é basicamente a única fonte de renda atual da cidade, que já foi capital em um passado remoto e chegou a marcar uma era na histórica de Mianmar (“Pagan/Bagan Period”).
Um pouco por isso, Bagan passou por um período de corrida por achados arqueológicos e valiosas relíquias, tanto por seus habitantes como por forasteiros, o que gerou depredação dos templos e edificações históricas. Para preservá-los, o governo determinou (em mais uma de suas decisões unilaterais bastante questionadas) que seus habitantes fossem transferidos de lá para uma nova cidade criada para abrigá-los, chamada New Bagan (um vilarejo). A antiga cidade ficou então sendo conhecida como Old Bagan e abriga os templos e um pouco de comércio, mas nenhuma residência.
A grande atração de Bagan são os templos. Aliás, a quantidade é impressionante! Querer entrar em todos é inviável. Não conseguimos uma estatística oficial, mas ouvimos muitas vezes que são mais de 2 mil! Então o jeito é não perder os mais cobiçados, mas também permitir-se entrar em outros aleatoriamente, deixar-se descobri-los sem muita regra!
E se você também é um viajante com espírito aventureiro e adepto dos exercícios físicos, vai adorar mais ainda passear por Old Bagan, pois a melhor maneira de conhecer seus pontos turísticos é de bicicleta.
Os templos são relativamente próximos e super recomendamos que os deslocamentos sejam de bike (a pé fica um pouco mais complicado), otimizando o tempo, e com liberdade para montar (e desmontar) seu próprio roteiro ao longo do passeio. Mas se você tem aquele problema no joelho, ou não curte muito pedalar, fique tranquilo, existem também opções de alugar bicicletas elétricas ou scooters por um preço acessível.
Entrando e saindo de tantos templos, a melhor pedida é mandar bala nas havaianas! Como sempre tínhamos que ficar descalços, facilitou muito na logística sem complicar a condução! Aqui, mais que nas outras cidades, as sandálias fizeram uma boa diferença!
Os templos são abertos à visitação e não há um controle rigoroso (ou nenhum controle) de entrada e saída, exceto nos mais badalados. É necessário comprar um ticket único que permite acesso a todos os templos da cidade por uma semana (embora nos menos conhecidos ninguém controle).
É com este dinheiro que eles cuidam dos templos, mesmo que de uma maneira ainda muito precária, pois não parece haver uma autoridade estruturada de conservação do patrimônio. Alguns trabalhos são feitos aqui e acolá, como alguns templos que estão sendo restaurados desde o terremoto de 2011.
Nos arredores e interiores dos templos, há muitas famílias vendendo artesanato. Em Bagan, sentimos uma abordagem comercial bem mais forte, com muitas crianças oferecendo objetos e vendedores mais persistentes, mas muita gente simpática e sorridente também.
Em uma das vezes, sentamos para conversar com uma mulher que vendia laca e ela achou a Carol parecida com uma local! Ela nos explicou como aprendeu a fazer as peças e um pouco como era a vida da sua família. A conversa fluiu bem e rolou uma boa interação entre nós e pedimos que ela nos ensinasse a dizer “nice to meet you” em birmanês.
No final das contas, tivemos que gravar no celular, pois não conseguíamos pronunciar apesar de toda nossa dedicação! Usamos a gravação com uma outra garota que conhecemos no primeiro dia, e de quem compramos pinturas de areia colorida, e ela ficou muito feliz em ouvir!
A laca e estas pinturas são as principais artes dessa região do país e Bagan é uma ótima cidade para comprá-las. Caso decida por levar alguma lembrança, procure não comprar tudo da mão de um único vendedor. Assim você beneficia várias famílias ao mesmo tempo.
Os templos também são uma ótima pedida para se ver o pôr-do-sol. Os mais altos costumam ficar bem lotados e em nenhum outro lugar de Mianmar vimos tantos turistas reunidos! Mas para quem prefere algo mais exclusivo, há templos a perder de vista. Isso definitivamente não é um problema!!!
Outro programa bacana de se fazer é o passeio de balão logo cedo para ver o amanhecer do dia tendo os templos como paisagem de fundo. Uma imagem que do topo do nosso hotel já era deslumbrante… Imaginem do alto de um balão?! Não fizemos este passeio pois estava fora do nosso budget, mas é bem fácil de achar informações.
Gostamos muito também do Museu Arqueológico, um dos raros locais que conservam registros históricos de Myanmar sob a forma mais organizada de exposições: informações sobre as etnias, guerras, religião, vestimentas, instrumentos musicais etc.
Veja também: Viagem a Mandalay: cheiros, cores e costumes de Mianmar
E se no primeiro dia optamos por pedalar na bicicleta comum para fazer um pouco de exercício, no segundo resolvemos alugar bikes elétricas, que nunca tínhamos usado, e partimos para o nosso “Rally dos Sertões”. É possível pegar atalhos entre um templo e outro andando por trilhas de terra batida, mas é preciso ter cuidado ao passar por trechos de areia mais fofa para não perder o controle da magrela.
Depois que nos acostumamos com a dinâmica da coisa foi só acelerar, sentir o vento no rosto e deixar a adrenalina fluir no nosso rally particular. A vantagem da bike elétrica é que ela ajuda a ir um pouco mais longe e explorar as áreas fora do circuito mais turístico. Em uma das nossas escapadas, passamos por um vilarejo bastante simples e peculiar.
E para finalizar, um dos nossos programas preferidos quando viajamos é ir a supermercados e feiras locais. É onde conseguimos sentir cheiros, conhecer produtos e nos deparar com cenas inéditas como essa daqui.
Tudo bem, essa cena deve acontecer em vários lugares mundo afora, inclusive no Brasil, mas o fato é que a gente nunca tinha estado em uma feira onde as preparações e misturas eram feitas assim ao vivo, just in time! Por isso, galera, não deixem de frequentar o circuito alternativo!!!
Dicas de hospedagem em Bagan
Para hospedagem, há opções em New Bagan ou em Nyaungu, que são bem próximas de Old Bagan (cerca de 6Km). Sentimos que em Nyaungu há uma quantidade maior de restaurantes e hotéis, incluindo alguns resorts que pareciam bem luxuosos. Nós nos hospedamos no Zfreeti. Já falamos sobre ele no post de Dicas Práticas, mas é sempre bom reforçar: o hotel é ótimo, super recomendamos, embora ele não seja muito baratinho não.
A maioria dos hotéis possui geradores para o caso de falta de fornecimento de energia, que é comum nesta região. Chegamos a presenciar umas faíscas em um poste, que apagaram as luzes dos restaurantes. Mas ninguém se assusta, o pessoal acende algumas velas e a vida segue normalmente até que as luzes retornem.
Carol e Marcelo toparam o desafio de contar pra gente como foi a viagem deles pra Myanmar. Eles são “Gente que Ama Viajar”.
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