Sair viajando de trem pelo Vietnã é completamente possível, prático e barato, além de ser uma experiência cultural incrível!
Nós tivemos essa oportunidade durante a nossa viagem de volta ao mundo e como tínhamos tempo (e poucos recursos), optamos rapidamente por fazer nossos trajetos de trem, mesmo sabendo que as viagens seriam longas. Mas afinal, não é sempre que dá pra sair viajando de trem pelo Vietnã, não é mesmo?
Quais foram nossos trechos e quanto custou cada um:
- Hanoi – Danang (Hoi An) – 36 USD/cada
- Danang – Ho Chi Minh – 40 USD/cada
Então, para quem não sabe ou tem dúvidas de que é possível usar transportes alternativos nos países asiáticos, esse post vai responder suas perguntas.
O Vietnã tem uma geografia bacana para o sistema ferroviário. Ele é comprido e fino, com exceção do norte que é mais “cheinho” (parece uma flor com caule) e é bem plano. Além disso, é um país seguro, tanto para locais quanto para viajantes.
Por isso, os trens se tornam um grande aliado: além de cobrir o país de norte a sul, é bastante tranquilo e sossegado. A única ponderação é sobre o tempo da viagem, já que os trens não são muito velozes; ou seja, quem está com horário contadinho e tem poucos dias para conhecer o país, o mais aconselhável é viajar de avião mesmo.
Muitas agências vendem bilhetes online e cobram uma taxa de mais ou menos 20 % sobre o valor do bilhete. É mais fácil, mas mais caro. Em nossa primeira compra, decidimos ir até a estação de trem de Hanói (que fica bem perto do centro) e fazer o processo todo por lá mesmo.
E foi até fácil, mesmo com a falta de fila e a ordem vigente “quem gritar mais alto, compra antes”. O pulo do gato é procurar as atendentes mais jovens que conseguem se comunicar em inglês, e dá até para tirar algumas dúvidas com elas. Elas só não têm muita paciência, então não perca a sua…
Há várias formas de ficar viajando de trem pelo Vietnã, umas mais e outras menos confortáveis: basicamente, você vai sentado ou deitado, óbvio. Nossas viagens foram longas, com duração de 17 horas cada uma, e preferimos fazer os trajetos noturnos (assim aproveitamos para dormir no caminho) e por isso, compramos a opção cama.
São dois tipos de cabines com camas: na “primeira classe”, a cabine tem duas beliches com colchões de uns 15 cm. Essa cabine chama Soft Sleep. Na “segunda classe”, cada cabine (com o mesmo tamanho da primeira classe) abriga duas treliches, com colchões de 5 cm. Esse segundo tipo chama Hard Sleep. Bem intuitivos os nomes, não?
Durante o dia dá pra andar um pouco nos corredores e ficar atento às paisagens mas, como o corredor é bem estreito, não dá pra ficar de boa em pezinho… Tem sempre alguém querendo passar na sua frente, rsrsrs.
Também é possível escolher qual nível da cama você quer dormir. Como nossa viagem foi noturna, preferimos o nível 3, o mais alto, para guardarmos as malas em um compartimento que fica no teto. Mas o nível 1 também é interessante, pois tem uma mesinha para você fazer as refeições.
A única opção que não recomendamos é o nível 2 (intermediário), porque não tem nada de legal a não ser a janela (que também é vista pelo nível 1).
Veja também: A louca e autêntica Hanói
Os preços também variam, de acordo com os níveis. O 1 é o mais caro e o nível 3 mais barato. Com relação à estabilidade, o nível 3 é bem tranquilo, nem dá pra sentir o trem chacoalhando a noite inteira.
Óbvio que nós optamos pela cama Hard Sleeper e dividimos nosso cantinho com mais umas 8 pessoas alternadas nas outras 4 camas.
Se eu disser que é confortável, vou estar mentindo: a cama é dura, não dá pra sentar (porque você vai bater a cabeça no teto) e os vietnamitas tomam sopa às 7 horas da manhã (e você acorda com o cheiro), mas tem também seus pontos positivos.
Além de ser mais barato, e gerar economia de uma noite no hostel, é mais uma chance de convívio com os locais e, mesmo sem conseguir trocar uma palavra com eles, dá pra entender um pouquinho mais sobre os costumes. O que mais me incomodou foi o banheiro, muito sujo para os nossos padrões. Mas eu tentei relevar com todas minhas forças e passei bem.
Veja também: A charmosa e linda Hoi An
Veja também: Onde ficar em Hoi An
Incluso no pacote estão um travesseiro com fronha, um lençol e um edredom, que são até que bem limpinhos, mas que é de uso comunitário; ou seja, se você pegar o trem em uma estação no meio do caminho, você vai deitar no mesmo lençol e usar o travesseiro com a mesma fronha que a pessoa anterior. Para ter um pouco mais de higiene, nossa dica é forrar a cama com uma canga e o travesseiro com uma blusa (foi o que eu fiz, por exemplo, rs).
Existe também uma diferença entre os tipos de trens: os mais novos e mais velhos. Nossa primeira viagem foi com o trem tipo 3, muito bom, mais novo e bem estável. Nossa segunda viagem foi com o trem tipo 7, esse mais velhinho, apertado e mais instável, o que deixa o sono mais movimentado.
As paisagens não diferem muito do que estamos acostumados nas áreas rurais do Brasil, com exceção dos campos de arroz (desconsiderem a sujeira do vidro que deixou as fotos embaçadas).
Além de observar a paisagem, durante nosso “tempo livre”, nós lemos, jogamos joguinhos no celular, comemos as besteiras que levamos, conversamos… Tudo deitados na cama ou pé (lembrem-se que não dá pra sentar).
Veja também: A encantadora e moderna Ho Chi Minh
Também ficamos observando uma menininha linda que foi em nossa cabine e comentando sobre todas as tralhas que o pai dela levou para mantê-la entretida por tanto tempo. Enfim, vida semi-normal!
Não é necessário coragem, só um pouquinho de paciência e bom-humor. A experiência vale muito a pena pra quem gosta de aventura! Vá sem medo, porque é seguro. Vá sem nojinho porque não o tem o que fazer. Vá com o coração e a mente abertos pra observar e entender as pessoas. O Vietnã é demais! E boa viagem!
Dicas gerais:
Mais informações sobre os trens, aqui no site oficial.
- Leve uma mochilinha de mão com itens importantes e deixe sua viagem mais confortável: canga ou toalha ou lençol, blusa fininha de frio, escova e pasta de dentes, papel higiênico, sabonete, toalha de rosto, tapa-olho para dormir, Dramin (ou algo parecido), muita água, livro ou celular (ou Ipad…) para entretenimento e comidinhas para beliscar.
- Se comprar as camas níveis 2 ou 3, não suba calçado. Tire os sapatos, deixe-os embaixo da primeira cama e suba em seguida. Isso é bem importante para eles.
- Os trens tipo 7 não são muito confortáveis. Se puder, tente outros tipos.
- Não se estresse com a sujeira dos banheiros ou com o cheiro de comida de quem está tomando sopa às 7h da manhã. É assim mesmo!
Obrigada por ler! <3
Pam, sempre uma aventura! Boa dica da canga. Aliás peça indispensável para todas as viagens! hahaha Adorei as dicas! Beijo
De, amo uma aventura, hehehe! E a canga é indispensável mesmo! Em qualquer viagem, canga e xale. Obrigada por visitar o blog! bjs
De, eu adoro uma aventura, hehe. E quanto à canga, sim, item indispensável em qualquer viagem, assim como o xale. 😉 Bjs
Que aventura! Eu tinha escolhido o Vietnã para as ferias de dezembro, mas teria pouco tempo pra explorar e resolvi trocar e ir quando tiver mais tempo e puder conhecer melhor, boa dica do trem!
Paula, sábia decisão. Pra explorar bem o Vietnã, eu sugiro, no mínimo 15 dias. Eu passei 13 dias no país e não consegui conhecer nenhuma praia e outras cidadezinhas bucólicas. Quando decidir ir e quiser ajuda, pode contar comigo. Obrigada pela visita! bj
Pam, as dicas são ótimas, sim! Mas me imagina neste trem? NO WAY! Nem no super-mega-extra-soft-sleep rsrsrsrs… De qualquer forma, acho que deve ser uma experiência e tanto.
Beijos
Ana, a experiência foi sensacional, principalmente porque estávamos começando a explorar o Sudeste da Ásia, então, já fomos aprendendo mais da cultura deles. Mas, de fato, não é pra todo mundo mesmo, principalmente, nas cabines coletivas, onde não há quase nenhum conforto.
De qualquer forma, viajar de trem é sempre uma delícia pra mim. Obrigada pela visita! Beijo
Pam, mais um capítulo de dica para ‘os fortes’, kkk… adoro o detalhamento e as descrições dos teus posts. Canga sempre!!! Ela salva muito!!! bj
Gabi, obrigada! Fico feliz que gosta das minhas postagens. Foi uma aventura e tanto mesmo. Canga sempre! E xale também! Beijo
Cada vez mais vc me deixando com vontade de viajar para a Ásia – finalmente!!! Vc vai ser minha consultora pq eu sei que esse roteiro é complicado de fazer rs.
Fernanda, que delíciaaaaa! Eu adoro quando alguém me fala que quer visitar o Sudeste da Ásia. E claro que serei sua consultora. Pode contar 100% comigo. Obrigada! Beijo
Nunca fiz viagem de trem e vocês vivem me fazendo invejinha com esses posts.
Então, agenda uma logo Elo, hehe! Você vai gostar. 😉
Gente, que doideira esse trem!
Acho que não cosneguiria dormir no nível 3. e o medo de cair? Aahaha
Eu adoro viagem de trem, Achei muito curioso!
Beijo
Dani, eu também adoro viajar de trem, mesmo quando a viagem é uma aventura como essa! E olha, no nível 3 tem uma gradinha que segura a gente na cama. Não tem perigo não, hehe. Beijo
Pode admitir, Paulinho: na foto, você tinha acabado de ver um moleque de 15 anos gordinho e estava considerando a possiblidade dele não conseguir passar por você…. huahuahauhauhauahua =)
Acho que vocês já devem ter lido isso vááárias vezes, mas os posts dão uma imersão incrível para quem está lendo!!! Aguardando o próximo!
Otávio… Paulinho ficou tanto tempo em pé no corredor que desenvolveu uma técnica toda especial. Até o carrinho de comida conseguia passar por ele. kkkkkk
Fico super feliz por conseguir passar pra vocês um pouquinho do que vivemos aqui. Assim, ficamos mais juntos!! Próximo post daqui a pouco!!
Adorei as dicas!!! 🙂 bjooo
Oi Mariana!!! Fico feliz. 🙂